Século XXI ao extremo
No capítulo "Rumo ao milênio” do livro A era dos extremos: o breve século XX (1914-1991), Hobsbawm enfatiza os grandes acontecimentos que mudaram o curso da história humana, como as duas grandes guerras que ocorreram de 1914 a 1918, a primeira e, a segunda, que ocorreu de 1939 a 1945. O autor também menciona a revolução russa de 1917, chamada Revolução de Outubro, período que foi marcado pela ruptura da então Rússia comandada pelos czares (sociedade agrária), para se formar a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) em 1922.
Após o término da segunda grande guerra acentuou-se a tensão chamada de Guerra Fria, devido ao receio de uma terceira grande guerra, devido a bipolaridade e acirrada disputa entre os Estados Unidos da América (EUA) e a URSS (capitalismo x socialismo).
Hobsbawm ressalta que o “Breve século XX” foi marcado: pela grande guerra de interesses mundiais, os conflitos étnicos, o comunismo, o narcisismo, o holocausto (ocorrido na Alemanha protagonizado por Hitler e seus seguidores), e inúmeras catástrofes e crises que fez com que esteséculo XX fosse extremo, em âmbito generalizado em seus processos políticos,econômicos e sociais, causando transformações e impactos perante a sociedade. O autor discorre no corpo do texto a sua opinião sobre o "breve século":
"Contudo, tornara-se cada vez mais claro na última metade do Breve Século XX
que o primeiro Mundo podia vencer batalhas, mas não guerras contra o Terceiro
Mundo, ou antes, que a vitória em guerras, mesmo se possível, não assegurava o
controle de tais territórios."
(HOBSBAWM, 1992, p. 430)
Contudo, vivemos um dilema, uma era caracterizada por uma grande insegurança, seja ela emocional ou profissional, as incertezas da vida, porque a única certeza que temos da vida é a morte. Podemos compreender que continuamos em crise constante, de forma histórica e mundial, por mais que essas crises possam ser superadas mais facilmente hoje, sabemos que é muito difícil buscar novas estratégias para contornar certas situações. O século XXI, nos trouxe diversas questões e grandes acontecimentos marcantes, como o ataque as Torres Gêmeas de 11 de Setembro de 2001, Invasão do Iraque em 2003, entre outros que causaram grandes estragos. Além disso, nem chegamos a metade deste século e o Brasil já passou por grandes conflitos envolvendo questões políticas, sociais, econômica, principalmente na saúde e educação, que continua sendo alguns dos problemas pertinentes. Entretanto, "o capitalismo" continua sendo uma das questões mais debatidas, junto a crise mundial, problemas estes que causam mudanças e continua sendo a causa de grandes conflitos da sociedade.
O que seria da sociedade sem o capitalismo? Ou, o capitalismo sem a sociedade consumista? Será que sem isso, o mundo iria evoluir, seria melhor, ou não teria guerras ? Nunca vamos saber. A forma como está inserido nos torna apenas máquinas, fomos formados e criados para trabalhar e consumir, "Sobrevivência existencial" , este seria um termo. O individuo trabalha para gerar renda para si e para a sociedade de modo geral, consome a renda para si e para gerir o crescimento de outras organizações, ou seja, é um ciclo sem fim.. Sendo assim, apesar da sociedade estar presa as mãos de quem detém tal poder que traz consigo o desenvolvimento da sociedade, continuamos fazendo nossa própria história e evoluindo. Hobsbawm, fez sua reflexão sobre tais acontecimentos no breve século XX, sabendo que o mesmo não terminou muito bem. Então, o que esperar para o fim do século XXI ? Só estamos no inicio de grandes batalhas que ainda não tiveram fim...
BAUMAN, Zygmunt. Comunidade: a busca por segurança no mundo atual. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2003. (Leitura dos capítulos: Uma introdução, ou bem-vindos à esquiva comunidade e A agonia de Tântalo)
Videografia: Bauman: Café Filosófico - Estratégias para a vida. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=7BbMKM1bcSw&t=449s