sábado, 14 de agosto de 2021

Chegamos ao fim...


Uma grande jornada de conhecimentos e experiências importantes que vão ficar marcadas para sempre! Aprendemos diversos temas importantes e atuais. Lembre-se, a única coisa que não podem tirar de você é o conhecimento adquirido ao longo do tempo, aprender nunca é demais e saber aproveitar cada momento e absorção de conteúdos é imprescindível. Contudo, saber em que local você está inserido na sociedade é muito importante, e saber o que realmente te faz bem e o que te traz segurança também, fazer a diferença do mundo, lutar pelos seus direitos e saber que a sua luta por ser a luta de todos em busca de uma sociedade melhor. Vim aqui declarar a minha humilde gratidão em poder participar do componente Relações Sociais e Políticas na Contemporaneidade, com o Professor Joel Felipe como Docente, na UFSB, muito bom existir pessoas como você, que não só ensina  mas orienta as pessoas se conhecer e testar seus limites. 


E como diria Arlindo Cruz em sua música:

"Chegamos ao fim
Tá doendo sim
Eu chego a perder a voz..."


Muito obrigada! 



Exaltasamba - Chegamos Ao Fim. 2009. - Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Dt8jitAiSYM. Acesso em : 14/08/2018




 Um espetáculo social  


  

   O   capítulo “A separação   consolidada” é   o   primeiro   capítulo   do   livro “A sociedade do espetáculo” de Guy Debord. Não só o primeiro capítulo, mas todo livro é uma   crítica   à   sociedade   moderna   consumista, guiada   pelos   modos   de   produção capitalista. Neste primeiro capítulo, o autor explana sobre o que seria essa sociedade do espetáculo. Debord (2003) afirma que nas sociedades em que funciona as condições modernas de produção, há uma acumulação de espetáculos, em que o que se torna essencial, mais essencial do que o vivido, é a representação. Essa sociedade baseada na representação (DEBORD, 2003) é objeto de pura contemplação. Importante também lembrar que essa representação não funciona apenas para contemplação doutro, mas também do próprio indivíduo, “o mentiroso mente a si próprio” (DEBORD,2003, p. 14). 


 

   De acordo com Debord (2003) o ponto central de sua teoria é que a alienação é mais do que uma descrição de emoções ou um aspecto psicológico individual. É a consequências do modo capitalista de organização social que assume novas formas e conteúdo em seu processo dialética de separação e reificação da vida humana. Como uma constituição moderna da luta de classes, o espetáculo é uma forma de dominação da burguesia sobre o proletariado e do espetáculo, sua lógica e sua história, sobre todos os membros da sociedade; 

 

    Este texto não poderia ser mais atual. Debord, muito antes da televisão ser uma grande força e muitos antes das redes sociais presentes na Internet, já apontou os caminhos que a sociedade estava tomando. Com a força que a televisão, a Internet e os demais meios de comunicação de massa ganharam nas últimas décadas, a força do espetáculo sobre a vida da sociedade só aumentou. É a grande mídia que transmite o modo de vida socialmente ideal e os temas mais relevantes a serem comentados. Com o avanço foram criadas plataformas digitais, aplicativos que têm comunicação simultânea. É tão forte a sua força que somente o que ela transmite é que seria "verdade”, o que de fato teria acontecido. Ou seja, é real apenas o fato de as pessoas tentarem ser o que não são e buscar alcançar algo fora de sua realidade e acima de tudo causar impacto na vida das pessoas.  

 

     Em episódio “Queda Livre” de Black Mirror (3x01), nos faz refletir acerca da invasão das redes sociais que vivemos hoje e nos leva a perceber como elas podem ser perigosas e irreais. Não podemos esquecer que muitas vezes a ambição pode nos levar a caminhos ruins e que muitas vezes não vale a pena no fim, porem a cena final nos leva a perceber que só depois que ela foi parar no fundo do poço é que ela teve uma libertação de poder ser quem quiser, falar o que quiser sem ser julgado pela mídia social assim, dizendo.  Já em o filme “O Show de Truman” (1998) a finalidade real do filme é mostrar que a realidade do mundo é aceita conforme ela nos é dada, o diretor entende que deu a Truman a chance de levar uma vida normal, uma vida até melhor que a vida das outras pessoas, mesmo que essa vida seja assistida 24hs por dia.  

 

     Portanto, muitas vezes, paga-se quase o dobro do que vale um produto somente para adquirir o status que vem junto a ele, evidenciando   e   intensificando   o   fetichismo   da   mercadoria.   Outro   ponto   é   a necessidade de se fazer aparecer. Aquilo que é vivido só tem valor quando é exposto nas chamadas redes sociais. Por fim, é importante ressaltar que a sociedade hoje vive em torno de algo muito maior chamada Tecnologia, e que ela pode prejudicar a quem não sabe usar da forma ideal.  O espetáculo social imposto pela sociedade é a consequência do modo capitalista de organização, a dominação através dos meios de comunicação, teoricamente somos apenas mercadorias que podem ser substituídas por outra melhor.  Então me conta, sua vida é um espetáculo para as outras pessoas? 

 

  


  



 

  

Referências :


DEBORD, Guy. A separação consolidada In: A sociedade do espetáculo. Projeto Periferia. (e-book) - capítulo 1 (p. 13 - 27) 

 

Filme: O Show de Truman (1998). Direção: Peter Weir 

Disponível em : Youtube, Google Play e outras plataformas


Série: Black Mirror (3x01) episódio “Queda Livre”.

Disponível em: Netflix


Teoria Interseccional  

 
 

    Vivemos em um mundo que é construído através de aprendizados e lutas contra a dominação e exploração de um sistema colonial escravista, patriarcal e patrimonialista, que vem passando de geração a geração, é uma forma de resistência, assim como o Feminismo Negro. Surge o conceito de Interseccionalidade, que foi criado pela professora estadunidense Kimberlé Williams Crenshaw, cientista nas áreas de raça e gênero. Ela o formulou após conhecer a história de uma mulher americana que não conseguiu processar uma empresa por dois tipos de discriminação: ser mulher e negra. Quem não conhece esse termo, pode-se imaginar que a interseccionalidade é sobre inúmeras identidades, entretanto, ela é uma forma crítica sobre o contato estrutural em seus efeitos políticos e legais. Á necessidade de estudar as sobreposições entre raça e gênero para entender de forma adequada certas formas de discriminação que as teorias até então não tratavam bem. 


   Um movimento que está se tornando muito forte no país que se chama “Black Lives Matter“, que em português significa "Vidas Negras Importam". O Brasil é o país que mais mata negros se comparada com os Estados Unidos, e sociedade continua sendo racista, a hipocrisia eminente onde o negro é vítima de algum tipo de preconceito e inferiorizado, como o rapaz negro que morreu por ser espancado até a morte por seguranças em um supermercado, o ano de 2020 ficou marcado por uma luta muito importante em busca de respeito pela vida. Será que a vida do negro não importa?  Hoje, a sociedade tende a esperar pela tragédia para abrir os olhos, certos acontecimentos que muitas vezes não são divulgados, com isso vem a busca pela mudança, contra toda forma de exclusão, mostrar que toda vida negra importa sim, é algo que não vem de agora. 

 

    Portanto, os movimentos sociais foram e são sinônimo de força e que podem produzir avanços na sociedade de modo geral. A partir deles, diversos movimentos reivindicam direitos que contemplam não apenas o individual, mas o coletivo. O lugar de fala, se mostra na sua essência, a consciência do papel do indivíduo nas lutas, criando uma lucidez de quando você é o protagonista ou coadjuvante no cenário de discussão. O Movimento feminista por exemplo, lutam contra a opressão e dominação, apesar de ser uma luta particular, beneficia a todas que sofrem ou se sentem violadas, porque produz uma relação de igualdade. Todos esses movimentos tem seus ciclos e se ligam a conjuntura, certas conjunturas influenciam a ação desses movimentos e com isso conseguem fazer pressão sobre o Estado para implementação de políticas públicas de direitos sociais.   

 
 

 

 
 
 

 Referências:
 

AKOTIRENE, Carla. Interseccionalidade. São Paulo: Sueli Carneiro/Ed. Jandaíra, 2020. 

 

Kimberle Crenshaw - A urgência da interseccionalidade. Videografia Disponível em:https://www.youtube.com/watch?v=vQccQnBGxHU Acesso em: 14/08/2021 



Pires. Breiller. ‘Vidas negras importam’ chacoalha brasileiros entorpecidos pela rotina de violência racista. São Paulo - 07 JUN 2020. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2020-06-06/vidas-negras-importam-chacoalha-parcela-de-brasileiros-entorpecida-pela-rotina-de-violencia-racista.html. 

Acesso em: 14/08/2021 

  

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